Ménage! Quero não!

12/10/2017 22:49

Ele completou trinta e cinco anos e as mudanças se apresentaram. Nossa relação simples, acomodada, com sexo ocasional “quando dava tempo”, passou a ser questionada, exigia incrementos, meu marido queria fugir da rotina.

Ao longo do tempo aconteceu de tudo: brinquedos eróticos, vídeos, contos lidos no leito e muita, muita conversa. Logo ele queria conhecer minhas fantasias. Não acho que, mesmo em um casamento, devemos colocar a mostra nossas intimidades. Não tenho vontade de falar sobre fantasias sexuais com ninguém, mesmo comigo só em momentos muito especiais.

Logo virou idéia fixa de meu Mario um ménage com a esposa de um amigo dele entre nós. Detestei a idéia e esperei que viesse outra onda, mas estava demorando e a proposta permanente me incomodando, irritando e provocando desejos de vingança. Vingança de esposa. Dizem que é uma merda, que quando acontece a esposa acaba por trair o marido.

Eu não quero acabar com meu casamento, não quero trair meu marido mas preciso da minha vingança, isso está a cada dia mais forte que eu.

Nem me surpreendi quando ele voltou ao assunto da esposa de seu amigo e sem pensar propus um desafio.

— Vou topar que você traga essa mulher para nossa cama. Você não vê isso como traição conjugal, vê?

— Claro que não, é uma relação consensual entre nós dois, não tem como ter nem ciúme.

— Só que eu quero te desafiar. Você pode trepar como ela se o marido dela deitar comigo antes, na sua frente, e ele vai tem que conseguir me fazer gozar.

— Não estou entendendo.

— Quem não está entendendo sou eu. Sei que vou transar com o marido dela e não vou gozar porque não amo aquele babaca. E assim você vai perceber que sexo conjugal, para dar prazer, tem que ser com alguém que se ame. Você ama a esposa desse babaca?

— Não, não mesmo. Mas aceito o desafio.

O chão sumiu sob meus pés. Meu marido estava tão louco que aceitou, sem nem pensar, me entregar a outro homem só para ter a esposa dele na nossa cama.

Meu marido não mais tocou no assunto. A paz voltou a minha casa até que a tempestade veio com toda força uns três meses depois. Soube então que foi o tempo que ele levou para conseguir explicar e convencer ao amigo da loucura de trepar comigo na frente dele.

Pela primeira vez odiei alguém, estava odiando meu marido tanto, mas tanto, que treparia com qualquer um para sacanear ele, mesmo que se chamasse Cícero, fosse magro e alto. Em minha última tentativa de trazer meu marido de volta à razão:

— Você vai filmar tudo, eu posso precisar provar que não gozei. E, se eu não gozar você já sabe, acaba essa porra dessa fantasia maluca. Fechado?

— Adorei a ideia, querida.

Filho da puta. Gostou da ideia de me filmar corneando ele? Isso é idiotice. Pior é acreditar que o babaca do Cícero, que aceitou dar a mulher dele de bandeja ao meu marido, vai me fazer gozar, mas não vai mesmo!

Foram dois longos dias, dias de depressão, mas eu aceitei e não cabia ficar resmungando nem com meu marido nem comigo mesma. Dei paz ao Paulo que nem tentou me tocar.

Ele estava para chegar. Não aceitei a esposa dele. Isso não era um espetáculo e não quero ninguém me olhando. Na verdade, nem quero ninguém mais me comendo, nem meu marido. Fui para um banho muito bem tomado, não quero ninguém depois dizendo que sou suja. Me arrumei mesmo. Na hora de se exibir ninguém deixa de ser mulher, mesmo à contragosto.

O desejo de vingança voltou quando meu marido veio tentar brincar:

— Finalmente os sinais de tesão surgem. Linda, roupas novas, cheirosa. Doidinha para dar pro Cícero, confessem minha gostosa.

VINGANÇA! VINGANÇA! VINGANÇA!

Meu corpo, minha mente, todo meu eu exigia vingança. Dar para o Cícero seria mais fácil do que eu imaginara. Aquela brincadeira explodiu em mim removendo qualquer sinal da minha depressão. Eu ia agarrar esse babaca e fazer ele gozar rapidinho. Quanto mais rápido ele gozasse, mais rápido acabava!

Cícero chegou. Estava bem arrumado, elegante. Seu perfume era perfeito. Ele cumprimentou Paulo e, só então, pareceu me perceber. Ficou estático. Estava impressionado.

— Linda! Simplesmente maravilhosa Vilma. Nem em meus melhores sonhos me preparei para sua exuberância.

Ele estava exagerando. Eu usava uma saia quadriculada bem rodada, pregueada com costuras na altura do quadril e bem curta para sacanear meu marido que me veria como a verdadeira puta que ele pensa que eu sou. Acho que meu casamento não vai resistir a esta idiotice, mas eu ia dar de qualquer maneira para o Cícero, se voltaria a ficar casada com Paulo, eu juro, não sabia.

Enquanto me perdia com meus pensamentos Cícero se aproximara, tomara minha mão, beijara sua costa e virando com a palma para cima lambia e cada lambida refletia em uma parte nunca imaginada, na minha vagina! Socorro!

Ele me puxou por essa mão e eu que jurara agir como puta só fazia me surpreender. Ele me abraçou e buscou minha boca com selinhos sucessivos.

A puta (eu) estava sem ação como se uma adolescente fosse. Cícero brincava com seus lábios em minha mucosa labial beijando e arrastando a sua mas seus lábios estavam passeando e chegaram pertinho de meu ouvido e ele, ali, sussurrou:

— Me perdoe aceitar sem lhe consultar, foi medo de você não permitir e me magoar. Você é a princesa inatingível que eu sempre quis para mim.

Não sei se isso me desarmou, só sei que meus lábios se abriram para receber os lábios de Cícero.

Antes de ceder aquele beijo vi meu marido já nos filmando. Fiquei vermelha não sei se de raiva ou vergonha. Mas sei que aquilo foi o lançamento de outro momento naquele idílio. Eu queria e conseguiria fazer aquele homem gozar como louco, sem gozar com ele.

Cícero não tinha pressa e com a minha permissão e participação nossas roupas foram sumindo aos poucos, mas Cícero valorizava cada nova descoberta. Há muito eu não tinha minha autoestima valorizada como esse homem, que atacava minhas intimidades, estava valorizando. E como me cercava de carinhos e cuidados. Ele me tocava como se eu fosse de louça. Eu estava entregue a minha vingança mas meu corpo reagia a tudo me surpreendendo e acendendo minha libido de forma inesperada. Mas eu não amava Cícero, nem sei se amava Paulo…

Estávamos nus e eu evitava olhar aquele homem que decidido, quase brutal, me fez cair na cama. Só então vislumbrei o corpo daquele falso magro. Barriga tanquinho! Quem diria?

Aos poucos – mentira – olhei seu membro cumprido e grosso e… e lindo!

Como eu podia estar apreciando aquele corpo de um outro homem. Um homem que eu não amava. Como eu estava impressionada e incomodada com aquele macho que demonstrava grande cobiça no olhar.

A mesma carinhosa brutalidade percebi quando ele ergueu minhas pernas se ajoelhando no chão diante de meu corpo na cama. Sem entender o que se passava a boca quente daquele homem com uma língua endiabrada tomava minha vulva com arrogância e domínio e eu quase gozo de surpresa. Mas eu não posso gozar, não quero gozar, não vou gozar. Mas meu corpo está me condenando e eu não estou resistindo, não consigo conter meus gemidos que escapam a minha revelia.

Meu corpo está me ludibriando, meu grelo está durinho a ponto de explodir. Também não tenho ninguém com tanta gula no meu sexo há muito tempo. Mas não vou gozar.

Ele está deitando ao meu lado, de ponta-cabeça, me sugando, desejando, acariciando e aquele membro pulsante se oferecendo a mim. Olho para Paulo – tinha esquecido dele que seguia filmando tudo - e ele estava em plena ereção sob o short – que ódio! Pesco, com vigor e por minha própria e total conta, aquele membro com a boca e começo a retribuir plenamente aquela dedicação surpreendente.

Ele me sugava e minha lubrificação alimentava sua sede. Ainda bem. Assim Paulo não vai perceber como tudo está me agradando.

O que, tudo está me agradando? Mas era para ser uma obrigação! Socorro! Que delícia. Os arrepios percorrem meu corpo e minha pélvis ganha vida própria pulsando contra aquela língua e percebi que tive que pescar com a boca aquele membro porque minhas mãos prendem a cabeça de Cícero em meu sexo.

Meu cuzinho não!!! A língua dele estava brincando ao redor do meu cuzinho que piscava endoidecido de prazer, de vontade e desejos de prazeres que eu não vou dar a ele.

Estava estremecendo e desvairando. Minhas contrações acontecem à minha revelia e me forço a escapar daquele encontro delicioso com a boca gulosa de Cícero.

Estou tentando fugir da cama. Cícero me domina, efetivamente domina meu corpo e infiltra aquele membro enorme entre minhas pernas. Ao pouco vou cedendo e permitindo que ele se posicione enquanto finjo resistir.

Tudo se encaixa como que por encanto e me sinto invadida, arrebatada, preenchida e, principalmente, arrebatada por aquele homem que eu tanto desdenhei e tive que pensar em Paulo e muito mais, pensar em Paulo com a esposa desengonçada do delicioso Cícero para não gozar ali, no exato momento da penetração.

Eu sabia o que fazer. Entre sussurros, murmúrios e ansiedade me cabia todo esforço para fazer aquele homem explodir antes de mim. Eu tinha que resistir.

Meu empenho foi total. Entreguei meu corpo aquele homem tentando preservar minha mente e fui ao auge diversas vezes tendo que brigar comigo mesma. Mas, ainda assim, não conseguia impedir que meu corpo estremecesse, que minha pélvis se alucinasse, que aquela agonia dominasse todo meu corpo e eu tentava preservar a minha mente. Não ia gozar sem amor. Não ia me permitir aquele orgasmo.

Tive que enfiar minha cara no travesseiro. Cícero me pediu urgência baixinho enquanto mordia minha orelha. Disse que não aguentava mais que ia gozar e eu ocultei meus berros e minhas expressões de prazer naquele travesseiro salvador. Paulo não podia perceber que eu estava adorando tudo aquilo.

Descobri mais uma falha de meu marido. Ejaculação precoce. Meu marido já devia ter gozado duas vezes quando o primeiro orgasmo me dominou e era um blefe de Cícero. Ele agora estava virando meu corpo e me torturando no mais delicioso papai x mamãe da minha vida.

Foda-se Paulo, foda-se a esposa do Cícero, foda-se o mundo, me entreguei aquele homem sem qualquer reserva, nem Paulo me possuíra tão desarmada e estremeci em novo orgasmo que deliciou Cícero e incentivou os close de Paulo que documentou a falta de fôlego, meus olhos virados. Eu não dominava mais nada, se não era dono de meu corpo sentia minha mente se perder de prazer intenso. Eu estava deslumbrada de prazer, saciada de pica, me sentindo deflorada, esfolada e literalmente arrombada.

Felizmente faltava pouco para tudo acabar, eu estava recobrando meus controles, minha mente e…

— Vou gozar. Posso ejacular aqui dentro? Está delicioso de mais, não quero sair agora.

Enquanto ele falava seu polegar passeava no meu cuzinho pressionando e eu entrei em um verdadeiro frenesi.

— Pode, claro que pode. Estou… Como pode? Vou gozar novamente! Lucuraaaaaaaaaaaa!

Eu estava chegando ao orgasmo, endoidecida, mas o orgasmo estava reprimido. Meu corpo estava descontrolado, os arrepios assomavam me endoidecendo, meu grelo explodindo de prazer, meus mamilos tão intumescido que estavam doloridos.

Ele, das estocadas violentas, parou bem fundo dentro de mim, pulsando e inundando meu interior deliciosamente!

Então eu explodi perdendo de tal forma a noção das coisas que eu estava no infinito, na eternidade, perdida, doida e gemendo, gritando alucinada de prazer.

Lembra a montanha russa. Aquilo passou e logo veio um orgasmo forte, reconfortante, delicioso, e logo mais outro, foram três orgasmos seguidos loucos, inusitados. Eu não passei a amar aquele homem, mas não ia abrir mão dele. Meu marido podia trepar à vontade com quem quisesse – eu é que não ia compartilhar meu corpo com outra mulher. Ménage não, quero apenas swing!